domingo, 13 de junho de 2010

Aspectos Diferenciais da Aprendizagem Motora e Sócio-Afetivo nas Expressões Rítmicas na Dança do Hip-Hop.

Carlos Henrique do Carmo Leal 3º D Lic.
Cristiano de Vasconcelos 3º D Lic.
Flavio de Almeida Pinho 3º D Lic.
Gilmar Alves Almeida Santos 3ºD Bac.
Jamaycon Moreira do Santos 3º D Lic.

Resumo
Este presente estudo nos mostra a maneira em que duas crianças que nunca passaram por uma experiência de dança antes, se portam em novas aquisições de habilidades motoras através do ritmo do hip-hop e chegando a passar por uma situação onde serão submetidos a danças com mais um grupo de crianças de diversas idades. Essa nova aquisição pode ser importante para essas crianças pelo fato da aquisição de experiência onde posteriormente podem estar passando por algo parecido em suas escolas nas aulas de educação física, no qual nós futuros professores de educação física temos o dever de propor as crianças em nossas aulas dança e expressões rítmicas para um melhor desenvolvimento motor e sócio-afetivo.
Palavras Chaves – Desenvolvimento Motor; Expressões Rítmicas; Sócio-Afetivo.

Introdução
A dança e as expressões rítmicas vêm sofrendo maus tratos no campo da educação física assim como nos mostra os PCN’s (Pizzatto, 2009). No ano de 1994 um grupo de pesquisadores e professores foi mobilizado pelo ministério da educação e do desporto através da secretaria de ensino fundamental, inspirado no modelo educacional espanhol para que elaborassem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para que crianças do ensino fundamental e ensino médio pudessem ter uma ampla visão no que desrespeito a saúde, meio ambiente, ética, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo. A proposta da educação física é formar cidadãos capazes de entender que a educação física é responsável pela formação de alunos que sejam capazes de participar de atividades físicas corporais adotando atitudes de respeito, conhecer, valorizar e respeitar a pluralidade de manifestações da cultura corporal, reconhecer-se como integrante do meio ambiente e reivindicar, organizar e interferir no espaço de forma autônoma (Brasil, 1998). Com isso um grupo de alunos da Universidade Cidade de São Paulo da sala 309 noturno estará desenvolvendo uma pesquisa com duas crianças para mostrar o quanto a dança e as expressões rítmicas podem ser valiosas na formação de um cidadão e para seu melhor desenvolvimento motor, fazendo com que essas crianças passem a descobrir o quanto os movimentos são importantes para uma saúde estável e uma boa confiança passando por processos adaptativos.
“O programa de educação motora deve incluir abundância de encorajamento positivo para promover o estabelecimento de um auto-conceito saudável e reduzir o medo do fracasso” (Garcia- Gallahue & Ozmun, 2002).
Partindo da observação dos PCN’s, os profissionais da educação física são omissos e maus agradecidos, feito uma pesquisa por Pizzatto (2009) aplicado em 20 professores de 5º a 8º série do ensino fundamental de sete colégios estaduais do município de Toledo – (RS), foi constatado que a grande maioria afirma ter conhecimento do que consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais, mas apenas 10% desses professores aplicam em suas aulas de educação física o que sugere o PCN’s. Quando perguntado os motivos do porque não trabalhar com dança e expressões rítmicas em suas aulas, as respostas foram unânimes; falta de espaço e materiais adequados, além de haver uma baixa aceitação pelos alunos.
Uma proposta de nosso grupo também será observar a sociabilização entre as crianças observadas com outras crianças. Essa observação será de extrema importância para que possamos prosseguir de acordo com o que os PCN’s nos propõem para que as aulas de educação física sejam direcionadas a todos os alunos:
“A sistematização dos objetivos, conteúdos, processos de ensino e aprendizagem e avaliação tem como meta de inclusão do aluno na cultura corporal de movimentos, por meio da participação e reflexão concretas e afetivas. Busca-se reverter o quadro histórico de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as praticas corporais, resultante da valorização exacerbada do desempenho e da eficiência” (Brasil, 1998 p.19).



Procedimentos Metodológicos
Para esse trabalho final a idéia é usar 20 crianças para desenvolver uma dança do hip-hop, porém os procedimentos metodológicos será usado em apenas duas criança, um menino e uma menina ambos de 9 anos de idade. Foi realizado em primeiro instante testes com as duas crianças para sabermos se ambas haviam passado por experiências ou até mesmo realizado coreografias ou coisas do tipo, e constatamos que nunca haviam passado por algo parecido pela desenvoltura de ambas e o sentimento de vergonha e receio no inicio dos movimentos, não que isso não possa acontecer com quem já praticou, mas é uma maior característica de inexperiência. Colocaremos essas crianças para usufruir de movimentos da dança do hip-hop juntamente com outras 18 crianças para observarmos de que forma uma criança se porta diante de um publico estando em uma situação mais confortável ou um tanto quanto constrangedor.
Acreditamos que a escolha desse ritmo por se tratar de um ritmo muito envolvente com o corpo e o espaço, foi bem sucedida também por Clersilda Garcia - Gallahue & Ozmun (2001) afirmar que atividades que incorporam o uso de musica e de ritmos são agradáveis nesse nível e valiosas para melhorar as habilidades motoras fundamentais, a criatividade e a compreensão básica dos componentes da musica e do ritmo.
Deixaremos bem claro que a idéia é exatamente observar o comportamento sócio-afetivo, e o desenvolvimento motor usando o ritmo marcante do hip-hop e não passar uma coreografia marcada.
Objetivo
Estaremos desenvolvendo hip-hop para esse ultimo trabalho por uma questão da faixa etária, o hip-hop é uma dança em que se apropria de vários movimentos e a criança de segunda infância trás isso consigo. Fontanella (1985) afirma que a dança unifica o homem, mas que a educação vem separando. Com isso queremos ajudá-las a desenvolver seus movimentos da melhor forma possível porque segundo Oliveira (2001, p.96) as crianças necessitam de experiências que possibilitem o aprimoramento de sua criatividade, atividades que favoreçam as sensações de alegria para que ela possa retratar seu humor e temperamentos através da liberdade de movimentos, e conclui dizendo que dançar é a efetivação da corporeidade através de uma experiência transcendente, na qual se vivencia o processo de aprendizagem na educação.
Gallahue & Ozmun (2001) afirmam que as habilidades perceptivo-motora dessas crianças estão se desenvolvendo rapidamente, mas freqüentemente existe confusão na consciência corporal, direcional, temporal e espacial, e estaremos juntamente com essas crianças para que possamos está ajudando nesse desenvolvimento.
Resultados
Quando se trabalha no campo do desenvolvimento motor, um dos pontos é observar a progressão do avaliado (Schimidt & Wrisberg, 2001). Como dito anteriormente foi constatado o quanto as crianças havia passado por esse procedimento e chegou-se ao conceito que jamais haviam passado por algo parecido, com isso a progressão de ambos neste primeiro instante foi muito satisfatório pelo pouco tempo que pudemos trabalhar.
Dentro de 30 min. Ouve uma progressão de passes para o lado e passes para frente, tratando-se inicialmente de passes básicos. No entanto a menina conseguiu uma melhor progressão que o menino.
Depois desses primeiros testes, foram feitos outras 3 observações no mesmo dia em intervalos de 30 min. cada e a ultima observação foi feita 8 dias depois dos primeiros movimentos e o resultado foi muito satisfatório.
A seguir observaremos os acertos dos movimentos de passe para frente e para o lado do menino e da menina.
Para frente.




Para o lado.

Discussão
O programa motor é o conjunto de comandos motores que é pré-estrututado no nível executivo e que define os detalhes essenciais de uma ação habilidosa; análogo (semelhante) ao gerador central de padrão (Schmidt & wrisberg, 2001). A área tridimensional do córtex motor é dividida em regiões que são especificas para diferentes músculos do corpo. Quanto maior o numero de unidades motora dos músculos e quanto mais complexo for o controle neural para uma dada contração muscular, maior será a área do córtex destinada a esse músculo (Robergs & Roberts, 2002).
Para Gallahue e Ozmun (2001), a estabilidade é o aspecto mais fundamental do aprendizado de movimentar-se para que a criança obtenha e mantenha um ponto de partida para as explorações que fazem no espaço. Laban (1988) tornou possível a análise de formas da dança de acordo com os ritmos específicos que o corpo em movimento descrevia no espaço.
Para que um individuo venha a perceber uma estabilidade eficiente de seu corpo é necessário a habilidade de perceber mudanças na relação do corpo que altera seu equilíbrio, movimentos compensatórios devem assegurar a manutenção desse equilíbrio, porém deve ser lembrado que não podem ser usado em excesso Gallahue & Ozmun (2001).
Como Erikson (1980) pontua que essa é uma idade em que é o inicio da aprendizagem de novas habilidades motoras observamos nos aprendizes (as duas crianças) que através de um movimentos eles podem descobrir vários outros movimentos apropriando-se desse ponto de equilíbrio utilizado para um determinado movimento. As atividades são maximizadas nessa época da vida, quando crianças dirigem suas energias para dominar as novas habilidades físicas e cognitivas do seu mundo em rápida expansão, Erikson(1980) acredita que nesse período a criança deve ser incentivada a dar sua opinião para que ela obtenha o sentimento de que é capaz para que não desenvolvam o sentimento de incompetência e de fracasso onde seria ruim por está em um estágio de sua vida onde se prepara para romper a vida familiar habitual.
Considerações Finais
Ao término deste trabalho, foi constatado que a menina na qual foi submetida a observações de seu desenvolvimento motor e sócio-afetivo obteve um melhor desempenho que o menino tratando-se do desenvolvimento motor, acredita-se que isso pode ter ocorrido pelo fato de uma melhor assimilação da menina com o ritmo musical, onde ambos ainda não haviam passado por uma experiência dessas porém a menina tinha um contato maior com o ritmo musical. Por outro lado tratando-se de sociabilização, o menino conseguiu ter um desempenho melhor que a menina, onde ficou bem claro que seus passos fluíram bem mais na parte grupal que no “individual”.











Referencias Bibliográficas
GALLAHUE, David L. & OZMUN, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor, São Paulo: Phorte, 2001.
PIZZATTO, Cleide. As atividades ritmicas e expressivas como conteúdo nas aulas de Educação Física, 2009.
SCHIMIDT, Richard A. & WRISBERG, Craig A. Aprendizagem e Performance Motora, Porto Alegre: Artmed, 2001.
ERIKSON, Erik. (1980) Identity and the life cycle. New York: W.W. Norton. GALLAHUE, David L. & OZMUN, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor, São Paulo: Phorte, 2002.
ROBERGS, Roberts A. & ROBERTS, Scott O. Princípios Fundamentais de Fisiologia do exercício para Aptidão, Desempenho e Saúde, São Paulo: Phorte, 2002.
BRASIL, Ministério de Educação e Desporto. Parametros Curriculares Nacionais: Terceiro e quarto ciclo: Educação Física/Secretaria de Ensino Fundamental. Brasilia: MEC/SEF, 1998,b DARIDO, S. C.; RANGEL-BETTI, I. C.; RAMOS, G. N. S.; GALVÃO, Z.; FERREIRA, L. A.; MOTA E SILVA, E. V.; RODRIGUES, L. H.; SANCHES NETO, L.; PONTES, G.; CUNHA, F. A educação física, a formação do cidadão e os parâmetros curriculares nacionais. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.15, n.1, p17-32, 2001.
DARIDO, S. C.; RANGEL-BETTI, I. C.; RAMOS, G. N. S.; GALVÃO, Z.; FERREIRA, L. A.; MOTA E SILVA, E. V.; RODRIGUES, L. H.; SANCHES NETO, L.; PONTES, G.; CUNHA, F. A educação física, a formação do cidadão e os parâmetros curriculares nacionais. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.15, n.1, p17-32, 2001.
OLIVEIRA, V. M. de. O que é educação física. São Paulo: Brasiliense, 2001. FERNANDES, Marcela de Melo. Dança Escolar: sua contribuição no processo ensino-aprendizagem, efdeportes, Buenos Aires – Año 14 – Nº135 – Agosto de 2009.
FONTANELLA, F.C. O corpo no limiar da subjetividade. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação da Unicamp. Campinas, 1985. FERNANDES, Marcela de Melo. Dança Escolar: sua contribuição no processo ensino-aprendizagem, efdeportes, Buenos Aires – Año 14 – Nº135 – Agosto de 2009.
FERNANDES, Marcela de Melo. Dança Escolar: sua contribuição no processo ensino-aprendizagem, efdeportes, Buenos Aires – Año 14 – Nº135 – Agosto de 2009.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

hip hop

A Dança de Rua surgiu através dos negros das metrópoles Norte Americanas.
As primeiras manifestações surgiram na época da grande crise econômica dos EUA, em 1929, quando os músicos e dançarinos que trabalhavam nos cabarés ficaram desempregados e foram para as ruas fazer seus shows.
Em 1967, o cantor James Brown lançou essa dança através do Funk. O Break, uma das vertentes do Street Dance, explodiu nos EUA em 1981 e se expandiu mundialmente, sendo que, no Brasil, devido à sua cultura, os dançarinos incorporaram novos elementos de dança.
Em janeiro de 1991, foi criado na cidade de Santos, o primeiro curso de “Dança de Rua” no Brasil, idealizado e introduzido pelo coreógrafo e bailarino Marcelo Cirino, baseado em trabalho prático e de pesquisa, desde 1982.
O curso virou projeto e para alguns “religião”, sempre com o apoio da Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Santos.
Hoje sua repercussão mundial, retrata o reconhecimento do trabalho e não um simples modismo.

A HISTÓRIA DO HIP HOP
A cultura hip hop é formada pelos seguintes elementos: O rap, o graffiti e o break.
Rap - rhythm and poetry, ou seja, ritmo e poesia, que é a expressão musical-verbal da cultura;
Graffiti - que representa a arte plástica, expressa por desenhos coloridos feitos por graffiteiros, nas ruas das cidades espalhadas pelo mundo;
Break dance - que representa a dança.
Os três elementos juntos compõe a cultura hip hop.
Que muitos dizem que é a "CNN da periferia", ou seja, que o hip hop seria a única forma da periferia, dos guetos expressarem suas dificuldades, suas necessidades de todas classes excluídas...
O termo hip hop, alguns dizem que foi criado em meados de 1968 por Afrika Bambaataa. Ele teria se inspirado em dois movimentos cíclicos, ou seja, um deles estava na forma pela qual se transmitia a cultura dos guetos americanos, a outra estava justamente na forma de dançar popular na época, que era saltar (hop) movimentando os quadris (hip)...
Em meados dos anos 70 no Bronx, cidade de Nova Iorque, só existiam dois bons deejays conhecidos que eram Kool D.J. Herc e Kool Dee.
Kool D.J. Herc foi o maior e mais seguido de todos os D.Js. do Bronx.
De qualquer modo em meado dos anos 70 outro jovem D.J. que foi inspirado por kool D.J. Herc, Kool D.J. Dee, Disco King Mario, começou aparecer e crescer no cenário da música B.Beat chamado Afrika Bambaataa.
Ele tinha algo de grandioso da música B.Beat de Kool Herc, ele começou a trazer novos discos e fazia as pessoas dançarem como um trovão, e decidiu de chamá-los de ZULU NATION. Nos próximos anos Bambaataa seria o responsável por várias gírias no movimento. Nesta mesma época apareceu outro D.J. com o nome de Grand Máster Flash, que ajudou a reformular o jeito de rimar em cima dos Break Beats. Não foram Sugarhill Gang, D.J. Hollywood ou Eddie Chebba e Kurts Blow que começaram a rimar em cima dessas batidas, foram realmente Grand Máster Flash, Mele mel, Kid Creole e Keith Cowbow que começaram o fenômeno das rimas.
Se existe alguém responsável pela criação da música Break Beat, foram Kool D.J. Herc, Afrika Bambaataa e Grand Master Flash, os que vieram depois só ajudaram a construir o que chamamos de HIP-HOP.

O RAP:
Como já disse anteriormente rap quer dizer ritmo e poesia. Ao contrário de que muitos pensam e dizem por aí, o rap foi criado na Jamaica e não nos Estados Unidos... Por volta de 1960 na Jamaica existiam os "sound systems" muitos populares na ilha, pois sem dinheiro a população dos guetos iam para as ruas e ficavam escutando músicas nesses "sound systems" que eram na época algo como hoje em dia é um trio elétrico para nós aqui, só que em escalas bem, mais bem menores...Daí então com as músicas com ritmos jamaicanos rolando os "toaster" que eram como os mc's (mestre de cerimônias de hoje) ficavam falando frases e discursos sobre as carências da população, os problemas econômicos, a violência nas favelas, enfim sobre a dificuldade em geral da classe baixa dos guetos...
A ida desta nova forma de música para América até então, aconteceu no início de 1970, pois vários jamaicanos tiveram que deixar a ilha do Caribe e emigrarem para a América por problemas econômicos e políticos....
Um dos caras que foram para os USA e desembarcaram em Nova Iorque, foi o dj Kool Herc - trazendo em sua bagagem toda a sua experiência naquele ritmo dos guetos da Jamaica...
Daí então com a divulgação do novo estilo de se fazer música até então, desconhecido por lá, começou a surgir grupos de rap por todo gueto de NY...
Quanto ao primeiro registro fonográfico de rap, a divergências entre os estudiosos, alguns dizem que foi o grupo "Sugar Hill Gang" que gravou o 1º registro em vinil para o grande público, outros falam que foi o grupo "Fatback" com a célebre "King Tim Ill" por volta de 1978...


O HIP HOP NO BRASIL
O nome HIP HOP surgiu no Brasil na década de 80. Ainda não existiam movimentos que retratavam exatamente o fundamento, o significado na íntegra desta cultura, porque todo aquele povo da época (a grande maioria) desconhecia este nome HIP HOP. O que na época foi propagado e muito na mídia, era a febre chamada BREAK DANCE.
Break era a dança do momento na época, que jamais deixou de ser um elemento importantíssimo e imprescindível para o crescimento do movimento no Brasil.
Sendo assim: 1984, foi o ano oficial da chegada da Dança de Rua no Brasil e o surgimento dos B.Boyings, Poppings e Lockings.
Dizem que existiram pessoas isoladas que já começaram a dançar em meados de 1983, mas foi mesmo em 1984 que a mídia, através dos jornais, documentários, revistas, comerciais de TV e filmes que propagou em massa a chegada da nova dança.
Em todos os lugares via-se pessoas com roupas coloridas, óculos escuros, tênis de botinha, luvas, bonés e um enorme rádio gravador mostrando os primeiros passos, do que se tornaria mais tarde uma cultura bem mais complexa.
Todos aqueles que tinham uma certa afinidade pela dança foram influenciados pelas cenas do filme Flash Dance, os vídeos clips de Lionel Ritchie, Malcom McLarem e outros. Sendo que não podemos deixar de mencionar em hipótese alguma que o Rei do Pop Michael Jackson, lançou para o mundo o famoso Back-slide, inventado pelo Grupo Electric Boogaloo, que muitos Poppers viram e utilizaram muito no Brasil.
Na terra brasilis o hip hop na década de 80, contou também com as equipes de Som, estilo black music, como: Chic Show, Black Mad e Zimbabwe e algumas revistas. E é claro dos discos que apareciam na galeria da rua 24 de maio...
Os primeiros talentos tupiniquins, Nelsão Black Soul ou Nelsão Triunfo dançando break, conhecido também como “homem árvore” e sua turma o “Funk Cia.”, que inclusive fizeram à abertura da novela Partido Alto, na Rede Globo, sem esquecer que o Funk Cia. já vinham de muito tempo atrás; desde a época do Black Power dançando Funky no bailes de São Paulo.
Recém chegado dos E.U.A. um garoto chamado RICARDO do Grupo Electric Boogies, foi considerado por alguns o 1º B.Boy brasileiro, pois trazia do exterior os primeiros passos de Break para a revista: Dance o Break.
Thaíde e o Humberto, ou melhor, o Dj Hum, MC Jack que também é DJ, Pepeu, Racionais Mc's. General G.,Considerado o melhor vocal e a melhor levada de Rap, ele simplesmente desapareceu do mapa. MC Mattar, nome artístico (pseudônimo) utilizado por Marcelo Cirino.
Quem não se lembra da música: “Mas que linda estás”??? Do Grupo Black Junior’s. Os irmãos Metralhas, também apareciam no cenário.
Esses nomes mencionados acima, embora alguns desconheçam e ignoram o fato, foram os primeiros Rappers a gravar disco de vinil
Grandes nomes como Fábio Macari, DJ Cuca e a dupla dinâmica, bombástica e irreverente de brancos, chamada: “Dinamic Duo”, foram e são as verdadeiras enciclopédias do Hip Hop no Brasil.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

chula


É um motivo campestre de dança somente masculina (principal característica das danças birivas) na qual os dançarinos se confrontavam, cada qual desejando mostrar suas habilidades coreográficas através de gestuais movimentos e sapateadas, de um e de outro lado de uma haste de madeira, posta devidamente no chão.
A haste, no chão, nunca teve historicamente a obrigatoriedade de ser “uma lança”. A dança não está diretamente ligada a uma idéia revolucionária ou guerreira. Quanto a sua origem, a chula nunca foi utilizada em disputas, ainda mais por prendas como muitos erradamente acreditam. Aonde em uma liberdade figurativa teatral, de degradação, chegaria uma prenda se esta condicionasse no genuíno meio campeiro a disputa de seus amores ao vencedor de uma chula...?

A chula, bailado, é uma dança disputa, sepre entre homens que ainda resiste no Rio Grande do Sul. A disputa entre os dos dançarinos, colocados nos extremos de uma grande vara, quatro metros ou mais, começa com um dos participantes executando uma coreografia agitada, muito rápida, de psassos quase frenéticos, com movimentos semi-acrobáticos, toda sapateada e taconeada, único som essencial que marca o compasso.
O ruído das grandes rosetas, nas esporas, completa o som. N sua vez, o outro participante terá que repetir todos os passos do primeiro e, naturalmente, acrescentará a sua coreografia, cada vez mais difícil e rebuscada. Perderá a chula o dançarino que não conseguir reproduzir os elaborados e frenéticos passos do seu oponente.
A chula cantada é praticada mais no Nordeste, acompanhada de violão, nada tendo dos movimentos da sua irmão do Sul. Pelo contrário, é melodicamente buliçosa, profana e maliciosa.
É controversa e confusa sua origem, sendo certo que a sua estrutura, os pés batendo sempre, originou-se do bailado da pisa das uvas ao lagar. A forma cantada vem dos grupos de cantadores de Natal e principalmente da folia de Reis.

A chula é uma dança e gênero musical do Recôncavo Baiano, especialmente na cidade de Santo Amaro da Purificação e cercanias. O ritmo é parte da cultura afro-brasileira.

Nas festas populares a dança é bastante apreciada e envolve os observadores com seus passos curtos e movimentos cíclicos. É uma vertente do samba de roda: da língua kibundo (Angola) veio do termo "semba" declinando para samba.

Os cantores e compositores Jorge Portugal e Roberto Mendes, parceiros nos Festivais de Músicas da MPB nos anos 80 da Rede Globo de Televisão e Raimundo Sodré, dentre outros, são os maiores divulgadores da cultura rítmica santoamarense. A canção "A Massa" composta por Sodré e Portugal, cantada por Sodré, conquistou o público brasileiro e internacional.

O movimento rítmico da música e dança podem ser desenhados por qualquer pessoa que tenha visto de perto ou através de imagens fotográfica e televisiva. É necessário apenas escutar a música para resgatar na memória uma imagem registrada dessa manifestação popular.

ADOLESCENCIA

Crescimento adolescente
O aparecimento da adolescência é marcado por um período de aumentos acelerados tanto no peso como na estatura.
A idade do aparecimento , a duração e a intensidade desse surto de crescimento tem base genética e variam consideravelmente de individuo para individuo.
O genótipo do individuo estabelece os limites do crescimento individual.
Entretanto o fenótipo de um individuo terá influencia marcante no alcance desse potencial de crescimento.
O genótipo de um individuo controla o aparecimento, a duração e a intensidade do surto de crescimento, enquanto o fenótipo influencia o potencial de crescimento.

Peso
Alterações de peso na adolescência são grandes, tanto para meninos como para as meninas, o aumento no peso tende a acompanhar a curva geral de aumento e altura.
O ganho de peso em de peso em meninos adolescentes ocorre basicamente por causa da aumentos na altura e na massa muscular. A massa adiposa tende a permanecer relativamente estável nesse período.
Em meninas, todavia, o ganho de peso adolescente deve-se muito a o aumentos na massa adiposa e na altura e, em menor grau, a aumentos na massa muscular.
A maturação esquelética, os aumentos nos tecidos muscular e adiposo e o crescimento dos órgãos contribuem para os ganhos de peso na adolescência, tanto para meninos como para meninas.

Altura
Surto de crescimento adolescente período circumpúbere é um período que dura aproximadamente quatro anos e meios. Os meninos, em media iniciam seus surtos de crescimento por volta de 11 anos, alcançam sua velocidade de chegada ao pico de altura por volta dos 13 anos e estabilizam-se aproximadamente aos 15 anos.
Já as meninas estão aproximadamente dois anos na frente, iniciando seus surtos de crescimento por volta de 9 anos de idade, atingindo a velocidade pico com 11 anos e estabilizando-se por volta dos 13 anos de idade.(Malina e Bouchard,1991)

Diferenças na puberdade entre meninos e meninas
Nas meninas o crescimento dos seiosassinala o primeiro sinal visível da jornada feminina em direção a maturidade sexual. O desenvolvimento dos seios começa por volta dos 11 anos e termina por volta dos 15 anos, embora possa começar precocemente, na idade de 8 anos, e não termina senão ate a idade de 18 anos
Pelos pubianos são usualmente o segundo sinal de progresso em diraçao a maturidade sexual. Em media, o crescimento dos pelos começa entre 11 e 12 anos e o padrão de crescimento triangular fica estabelecido por volta de 14 anos. Tanner 1962.
Vagina aumenta de tamanho e os ovários, embora estruturalmente completos no nascimento, continuam a ganhar peso de forma moderada na adolescência..
O útero e os ovarios aumentam de peso. O útero apresenta grande ganho de peso, torna-se maior e desenvolve musculatura forte e intrincada (katchadourian).
A menarca ocorre após o pico do surto de crescimento e cerca de dois anos após o inicio do desenvolvimento dos seios, mas não assinala o inicio da maturidade reprodutiva. Em geral, ate um ano e meio pode passar-se desde o primeiro ciclo menstrual ate a adolescente estar fisiologicamente capaz de conceber. Esse período é conhecido como esterilidade relativa da puberdade.


Nos meninos a puberdade inicia-se com o crescimento dos testículos, por volta dos 11anos e meio, e pode variar entre 10 e os 14 anos (Tanner, 1962).
O crescimento continua ate algum ponto entre 14 e os 18 anos (Katchadourian,1977).
Glândulas reprodutivas masculinas, produzem o esperma e os hormônios sexuais masculinos. A capacidade de ejacular fluido seminal é principalmente função da próstata, que se torna muito maior na puberdade. A ejaculação, evento tanto psicológico quanto fisiológico, é experimentada pelo adolescente pro volta dos 12 anos, de duas formas: emissões seminais noturnas e o inicio da masturbação. Porem esperma maduro só estará presente na ejaculação por volta dos 15 ou 17 anos.
Características sexuais secundarias
Tais como pelos axilares e faciais e agravamento da voz estão vinculadas ao progresso em direção a maturidade reprodutiva. Pelos axiliares e faciais usualmente começam a aparecer cerca de dois anos após o crescimento dos pelos pubianos.
Os pelos faciais, um distintivo importante da masculinidade, primeiramente aparecem sobre o lábio superior. Depois crescem na parte superior das faces, em área paralela a parte inferior das orelhas e então abaixo do lábio inferior. No estagio final o crescimento de pelos faciais espalha-se para a parte inferior do rosto e do queixo, criando barba espessa (katchadourian 1977).


A estrutura da socialização
Socialização cultural refere-se a modificaçoes no comportamento do individuo para satisfazer as expectativas de um grupo. Para Sage 1986 a socialização é o processo pelo qual os indivíduos aprendem habilidades, atitudes, valores e comportamentos que os tornam capazes de participar como membros da sociedade em que vivem.
A estrutura social depende de três fatores: status social papeis sociais e normas sociais.

Fatores de influência
Muitos fatores influenciam no processo de socialização, incluindo pessoas, instiuiçoes e atividades.
Pessoas como familiares, colegas, amigos e adultos significativos desempenham papel de acentuada importância no desenvolvimento social do adolescente. A estrutura familiar tem se modificado de modo considerável na ultima geração e provavemente vai continuar a evoluir em resposta as pressões sociais.(Anderssen e word 1992)
Instituições onde os adolescentes tem muito contato sociais que afetam a maneira pela qual eles são socializados na cultura. A escola é provavelmente o agente básico, pela simples razão de que nela o adolescente passa boa parte do dia.
Atividades nas quais as crianças e os adolescentes participam são importantes na socialização cultural. As brincadeiras, os jogos desportivos das crianças, entre outros, são elementos chave no processo de socialização. A influencia da atividade física no desenvolvimento psicosocial

A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DE ERIK ERIKSON

1. A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DE ERIK ERIKSON

A Teoria do Desenvolvimento Psicossocial foi desenvolvida por Erik Erikson. Nascido na Alemanha em 1902 e faleceu aos 92 anos de idade nos Estados Unidos. É considerado o primeiro psicanalista infantil americano. Tornou-se psicanalista após trabalhar com Anna Freud, porém, em seus estudos, não focou no id e nas motivações conscientes como os demais psicanalistas, mas nas crises do ego no problema da identidade.

Rabello (2001) mostra que a Teoria Eriksoniana do desenvolvimento humano é dividida em oito fases, mas com algumas características peculiares:

·O ego é o foco, ao invés de Freud que focava o id;

·Outras etapas do ciclo vital são estudadas. Freud valorizou a infância e Erikson reconhece o grande valor dessa etapa sem desvalorizar as demais como adolescência, idade adulta e velhice;

·Em cada um dos oito estágios o ego passa por uma crise. O desfecho da crise pode ser positivo (ritualização) ou negativo (ritualismo);

·De um desfecho positivo surge um ego mais forte e estável, enquanto o desfecho negativo gera um ego mais fragilizado;

·Ocorre a reformulação e reestruturação da personalidade após cada crise do ego.

Os estágios supracitados são chamados Estágios Psicossociais e correspondem às oito crises do ego que servem para fortificá-lo ou fragilizá-lo, dependendo do desfecho. Os termos - forte e frágil - utilizados por Rabello (2007) são usados no sentido freudiano.

As crises dão nome aos estágios psicossociais que, segundo RABELLO (2007), são:

1Confiança básica X Desconfiança básica

2Autonomia X Vergonha e Dúvida

3Iniciativa X Culpa

4Diligência X Inferioridade

5Identidade X Confusão de Identidade

6Intimidade X Isolamento

7Generatividade X Estagnação

8Integridade X Desespero

1.1 Confiança básica x Desconfiança básica

Esta fase é análoga à fase oral da Teoria de Freud. Nela o bebê mantém seu primeiro contato social – com seus provedores – que, geralmente é a mãe. Para ele, a mãe é um ser supremo, mágico, aquele que fornece tudo o que ele necessita para estar bem.

Quando a mãe falta, o bebê experimenta o sentimento de esperança. Ele começa a esperar que sua mãe volte e, quando isso ocorre com freqüência, há o desfecho positivo e a Confiança Básica é desenvolvida. Do contrário, se a mãe não retorna ou demora a fazê-lo, o bebê perde a esperança. É o desfecho negativo e o que se desenvolve é Desconfiança Básica.

É necessário, portanto, que os provedores tratem a criança com muita atenção, carinho e paciência para que a confiança, a segurança e o otimismo se consolidem. Sem esses sentimentos, a criança crescerá insegura e desconfiada.

Para Erikson, de acordo com Rabello (2007), o excesso de carinho e cuidado podem ser maléficos pois, a criança visualiza sua mãe como algo muito superior, muito boa, perfeita, algo que jamais poderá ser e, assim, desenvolve a agressividade e desconfiança que, no futuro, se transformam em níveis baixos de competência, entusiasmo e persistência.

A Confiança Básica é importante porque é quando a criança aprende a confiar nos provedores externos e também na sua capacidade interna, em seus órgãos para buscar saciar seus desejos.

1.2 Autonomia x Vergonha e Dúvida

Com o controle de seus músculos a criança inicia a atividade exploratória do seu meio. É neste momento que os pais surgem para ajudar a limitar essa exploração. Há coisas que a criança não deve fazer. Então os pais se utilizam de meios para ensinar a criança a respeitar certas regras sociais. Esta crise culminará na estruturação da autonomia e pode ser comparada à fase anal freudiana.

Os pais fazem uso da vergonha e do encorajamento para dar o nível certo de autonomia à criança enquanto aprendem as regras sociais. Rabello (2007) esclarece que se a criança é exposta a vergonha constante ela pode reagir com o descaramento e a dissimulação e tornar-se um adulto com o sentimento freqüente de vergonha e dúvida sobre suas potencialidades e capacidades.

O sentimento que se desenvolve nesta etapa é a vontade. À medida que suas capacidades físicas e intelectuais se desenvolvem ajudando-a na atividade exploratória, a criança tende a ter vontade de conhecer e explorar ainda mais. Porém, como também começa a assimilar as regras sociais, é necessário cuidado para que a vontade não seja substituída pelo controle.

O controle sobre as regras, que devem ser cumpridas a qualquer preço, é algo ruim. É quando a criança se sente bem ao ver outras pessoas (colegas, por exemplo) serem punidas pelo descumprimento das normas. Ela pode se sentir bem até em ser punida. Neste momento dizemos que a criança está se tornando legalista. (Rabello, 2007).

Rabello (2007) diz que:

"Neste estágio, o principal cuidado que os pais têm que tomar é dar o grau certo de autonomia à criança. Se é exigida demais, ela verá que não consegue da conta e sua auto-estima vai baixar. Se ela é pouco exigida, ela tem a sensação de abandono e de dúvida sobre suas capacidades. Se a criança é amparada ou protegida demais, ela vai se tornar frágil, insegura e envergonhada. Se ela for pouco amparada, ela se sentirá exigida além de suas capacidades. Vemos, portanto, que os pais têm que dar à criança a sensação de autonomia e, ao mesmo tempo, estar sempre por perto, prontos a auxiliá-la nos momentos em que a tarefa estiver além de suas capacidades." (RABELLO, 2007, p. 6).

Quando a criança começar a perceber de onde vem a sua vergonha (pais, objetos, adultos), ela vai evitar expressar-se diante deles. Cabe então às pessoas que convivem com ela explicar carinhosamente o que pode e o que não pode fazer.

1.3 Iniciativa x Culpa

Comparada à fase fálica freudiana, neste período é somada à confiança e à autonomia, adquiridas nas etapas anteriores, a iniciativa. Esta se manifesta quando a criança deseja alcançar uma meta e, planejando sua ação, utiliza-se de suas habilidades motoras e intelectuais para tal.

A iniciativa surge para atingir metas que, muitas vezes, tornam-se fixação. Na Teoria de Freud a principal fixação ocorre neste período. É o Complexo de Édipo, caracterizado pela fixação genital pelo progenitor do sexo oposto. Assim, meninos nutrem verdadeira paixão por suas mães enquanto as meninas identificam-se mais com seus pais. Rabello (2007) esclarece que, para Erikson, assim como para Freud, as metas elaboradas são impossíveis. Então toda a energia despendida em busca de algo socialmente inalcançável é revertida para outras atividades. É nesse período que as crianças ampliam seus contatos, fazem mais amigos, aprendem a ler e escrever... fruto da energia proveniente da iniciativa.

O senso de responsabilidade também pode ser desenvolvido durante esta terceira crise do ego. Nela, a criança sente a necessidade de realizar tarefas e cumprir papéis. Os pais devem dar oportunidade aos filhos para que eles realizem tarefas condizentes com seu nível motor e intelectual. É necessário que a tarefa seja possível de ser cumprida. Outras, como desafio, podem ser mais complexas, porém devem ser realizadas como apoio de alguém.

1.4Diligência X Inferioridade

Quando a criança se torna confiante, autônoma e desenvolve a iniciativa para objetivos imediatos, passa à nova fase do desenvolvimento psicossocial – aquela que na Teoria Freudiana (fase de latência) teve menos destaque – onde a criança aprende mais sobre as normas sociais e o que os adultos valorizam.

Aqui, tarefas realizadas de maneira satisfatória remetem à idéia de perseverança, recompensa a longo prazo e competência no trabalho. O ego está sensível, uma vez que se falhas ocorrerem ou se o grau de exigência for alto, ele voltar a níveis anteriores de desenvolvimento, implantando o sentimento de inferioridade na criança.

Surge o interesse pelas profissões e a criança começa a imitar papéis numa perspectiva imatura, mas em evolução, de futuro. Por isso, pais e professores devem estimular a representação social da criança a fim de valorizar e enriquecer sua personalidade, além de facilitar suas relações sociais.

1.5 Identidade x Confusão de Identidade

A adolescência é o período no qual surge a confusão de identidade. Questões como: O que sou?O que serei? Sou igual a meus pais? são levantadas e, somente quando forem respondidas, terá sido superada esta crise do ego.

O adolescente se influencia facilmente pelas opiniões alheias, isso faz com que ele assuma posições variadas em intervalos de tempo muito curtos. Este estágio pode fazer o ego regredir como forma de fuga ao enfrentamento desta crise. Rabello (2007) diz que, na Teoria Eriksoniana, quanto mais bem vividas as crises anteriores, ou seja, quando a Confiança Básica, a Autonomia, a Iniciativa e a Dilligência têm desfechos positivos, mais fácil se torna a superação da Crise de Identidade.

Lealdade e fidelidade consigo mesmo são características do desfecho positivo desta etapa. Estes sentimentos sinalizam para a estabilização de seus propósitos e para o senso de identidade contínua.

1.6 Intimidade x Isolamento

A identidade está estabilizada, o ego fortalecido e o indivíduo agora aprenderá a conviver com outro ego. As uniões, casamentos, surgem nesta fase. Se as crises anteriores não tiveram desfechos positivos,a pessoa tende ao isolamento como forma de preservar seu ego frágil.

O isolamento pode ocorrer por períodos curtos ou longos. No caso de um período curto, não podemos considerar negativo, já que o ego precisa desses momentos para evoluir. Mas quando o isolamento é longo e duradouro o desfecho dessa crise está sendo negativo.

Em Rabello (2007) vemos que Erikson definiu o elitismo também como desfecho negativo desta fase. O elitismo consiste numa espécie de narcisismo comunal, ou seja, a formação de grupos fechados de pessoas com egos semelhantes, caracterizando a incapacidade de conviver com outros egos e, portanto, não superando esta crise.

1.7 Generatividade x Estagnação

Caracteriza-se pela necessidade que o indivíduo tem de gerar. Gerar qualquer coisa que o faça sentir produtor e mantenedor de algo. Pode ser filhos, negócios, pesquisas etc. O sentimento oposto é o da estagnação.

Quando a pessoa olha para sua vida e vê tudo o que produziu, sente a necessidade de ensinar tudo o que sabe e tudo o que viveu e aprendeu, com outras pessoas. Se existe a oportunidade deste compartilhamento, o indivíduo sente que deixou algo de si nos outros e o desfecho é positivo. Por outro lado, o não-compartilhamento de suas "gerações" com os outros gera o que Erikson chamou de estagnação, o que pode ser considerado um desfecho negativo.

O fato de ser mais velho, esclarece Rabello (2007), faz a pessoa sentir que tem alguma autoridade sobre os mais novos e, dessa autoridade em excesso, surge o autoritarismo.

1.8 Integridade x Desespero

A Teoria Eriksoniana define esta fase como a final do ciclo psicossocial. É o que nós, professores, chamaríamos de culminância ou avaliação. E dá duas possibilidades: 1) desfecho positivo – o indivíduo procura estruturar seu tempo e se utilizar das experiências vividas em prol de viver bem seus últimos anos de vida; ou 2) desfecho negativo – estagnar diante do terrível fim, quando as carícias desaparecem e a pessoa entra em desespero.

Rabello (2007) confirma que

"Agora é tempo do ser humano refletir, rever sua vida, o que fez, o que deixou de fazer. Pensa principalmente em termos de ordem e significado de suas realizações. Essa retrospectiva pode ser vivenciada de diferentes formas. A pessoa pode simplesmente entrar em desespero ao ver a morte se aproximando. Surge um sentimento de que o tempo acabou, que agora resta o fim de tudo, que nada mais pode fazer pela sociedade, pela família, por nada. São aquelas pessoas que vivem em eterna nostalgia e tristeza por sua velhice. A vivência também pode ser positiva. A pessoa sente a sensação de dever cumprido, experimenta o sentimento de dignidade e integridade, e divide sua experiência e sabedoria. Existe ainda o perigo do indivíduo se julgar o mais sábio, e impor suas opiniões em nome de sua idade e experiência." (RABELLO, 2007, p. 11).

O ciclo de vida, as crises do ego descritas neste capítulo são, em conjunto, definidas por seu idealizador – Erik Erikson – como Plano de Vida, onde o desfecho positivo de uma ajuda na superação da próxima e, o desfecho negativo, além de enfraquecer o ego e rebaixá-lo a estágios anteriores de desenvolvimento, prejudicam a superação das crises seguintes.

REFERÊNCIAS

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Ao usar este artigo, faça referência, cite a FONTE:
http://www.webartigos.com/articles/8668/1/A-Teoria-Do-Desenvolvimento-Psicossocial-De-Erik-Erikson/pagina1.html

domingo, 9 de maio de 2010

Lesões do joelho em adolescentes

Durante a prática esportiva aumenta em 30%

A pratica esportiva sem a orientação profissional adequada é um dos fatores que contribuem para o aumento de casos de lesões no joelho do adolescênte."Em peciodos como a atual os jovens ficam influenciados à prática de esportes. Mas, muitos não tomam cuidado e sofrem lesões", analisa o ortopedista Ari Zekcer.
90%das cirurgias que realizamos atualmente acontecem em decorrência de traumas durante atividades esportivas, alerta.
um estudo do Centro de Pesquisa em Traumas do Esporte de Oslo, da Universidade de Esporte e Educação Fisíca da Noruega, apontou que os ferimentos do esporte representam entre 10 e 19% de todas as lesões agudas tratadas em departamentos de emergência.
O levantamento acompanhou 120 times de handball daquele país e reuniu1.837 atletas com idade entre 15 e 17 anos, dos quais 958(808 mulheres e 150 homens) no grupo de intervenção e 879 (778 mulheres e 101 homens)no grupo de controle.
Durante oito meses, 262(14%)dos 1.837 jogadores que foram incluidos no estudo sofreram 298 lesões.
Destas, 241 (81%) eram agudas (que ocorrem repentinamente durante o jogo ou exercicio) e 57 (19%) ocorreram po conta da sobrecarga de movimentos das articulações.
O estudo concluiu que um programa de aquecimento adequado pode reduzir em até 50% os riscos de lesões de tornozelo e joelho, que são as mais frequentes.
Um levantamento realizado em 11 regiões de São Paulo pela Secretaria de Estado da Saúde e o Celafiscs (entidade especializada em estudo da área de atividade fisica), indicou que 76,6% dos adolescentes entre 14 e 18 anos praticam alguma atividade esportiva.A pesquisa indicou que 51,5% nao recebem recomendação profissionais.
Outro detalhe é que o inicio da prática de esporte competitiva é iniciada cedo.
"Isso fez com que as cirugias de joelho em adolescentes aumentassem cerca de 30% nos
ultimos 20 anos", avalia o especialista. Os recursos tecnologicos para o segmento também apresentam um incremento significativo, propiciando a realização de cirurgias em situações em que antes não era recomendado, uma vez que aumentaram as possibilidades dos procedimentos serem bem sucedidos."Hoje é comum crianças entre 10 e 11 anos sofrerem lesões nos meniscos e ligamentos dos joelhos, tendo de se submeter
a cirurgias corretivas" , conclui Dr. Ari Zekcer.
revista em dia nº104 ano 2010

domingo, 11 de abril de 2010

Aprendizagem motora

Aprendizagem é um processo pelo qual a maioria dos animais adquire conhecimento sobre o mundo, e memória é a retenção ou armazenamento desse conhecimento (KANDEL, 2003).
A memória declarativa constitui um sistema no qual a informação é processada mesmo após uma única experiência e então estocada de forma que se mantenha acessível, explicitamente, para ser usada posteriormente, sendo relembrada de forma consciente de acordo com a demanda. Por apresentar essas características é passível de relato verbal como sugere o termo “declarativo”. Já o módulo implícito, representa a aquisição de habilidades motoras, perceptuais e rotinas cognitivas por meio da exposição repetitiva a uma atividade específica, com regras invariáveis. Essa classe de memória adquirida é expressa apenas sob a forma de desempenho em virtude de um sistema de memória que não permite o acesso explícito, ou seja, não permite o relato das informações acumuladas com a tarefa. (KANDEL 2003; PARSOSNS ET AL, 2005).
O aprendizado motor faz parte da memória implícita, definido como um conjunto de processos não conscientes, associados com a prática e repetição de movimentos, que levam às mudanças permanentes nas respostas motoras. Isto é possível devido às modificações das redes neurais responsáveis pelas respostas motoras, possibilitando um desempenho mais eficaz da tarefa treinada (MOLINARI ET AL 1997; WILLINGHAM, 1998). Assim com o decorrer do processo o desempenho evolui de impreciso para acurado, de lento para veloz e de controlado pela atenção para automático.
A aprendizagem motora é a base do processo de reabilitação, uma vez que possibilita a mudança de comportamentos motores já adquiridos, como também a aquisição de novos comportamentos motores. Portanto, um melhor conhecimento das estratégias que favorecem esse processo pode acrescentar informações importantes para o direcionamento da reabilitação motora de pacientes.

Existe alguns estagios de aprendizagem motora que sao
cognitivo, associativo, e autonomo.

habilidade psicomotora da técnica de ressuscitação cardiopulmonar as 9 capacidades perceptivo-motoras identificadas foram: 1. Coordenação multimembro - capacidade de coordenar o movimento dos membros superiores e inferiores simultaneamente (Exemplo-"estimular a vítima balançando seu ombro"); 2. Precisão de controle - a capacidade de executar ajustes musculares altamente controlados e precisos em que grupos maiores de músculos estão envolvidos (Exemplo- "abrir as vias aéreas por meio da manobra de deslocamento do queixo nos casos de trauma"); 3. Orientação da resposta - capacidade de selecionar rapidamente quando uma resposta deve ser dada, como na situação de tempo de reação na qual uma escolha deve ser feita (Exemplo- "observar o tórax, com a face acima da boca da vítima, olhando em direção aos pés para ver, ouvir e sentir a respiração"); 4. Tempo de reação - capacidade de responder rapidamente a um estímulo quando ele aparece (Exemplo- "na ausência do pulso dizer: não tem pulso, ligue para 193, não precisa de ficha"); 5. Velocidade do movimento do braço - capacidade de fazer um movimento geral e rápido do braço (Exemplo- "fazer quinze compressões, alternando com duas ventilações por ciclo"); 6. Controle de graduação - capacidade de mudar a velocidade e a direção de respostas no tempo adequado (Exemplo- "fazer massagem cardíaca externa, comprimindo o tórax, através de movimentos equivalentes a 3,5-5,0 cm de amplitude, por 15 vezes, no adulto"); 7. Destreza manual - capacidade de fazer movimentos hábeis de braço e mão, bem direcionados (Exemplo- "localizar o ponto de massagem no tórax, percorrer com uma das mãos o rebordo costal, marcar com o dedo anular o apêndice xifóide e colocar os dedos médio e indicador justapostos ao anular"); 8. Estabilidade braço-mão -capacidade de fazer movimentos precisos de posicionamento de braço e mão, nos quais a força e a velocidade têm um envolvimento mínimo (Exemplo-"permitir o relaxamento do tórax, após cada compressão"); 9. Velocidade punho-dedos - capacidade de mover o punho e os dedos com rapidez (Exempla-"após cinco ciclos, avaliar o retorno dos batimentos cardíacos").

Fatores Que Interferem Na Aprendizagem
FATOR AMBIENTAL
Torna-se cada vez maior a preocupação dos pais em acertar na educação dos filhos. Muitas vezes aqueles se perguntam onde foi que erraram para que o filho tivesse a dificuldade que hoje tem.
Piletti (1984) considera, assim como diversos outros autores, que as primeiras experiências educacionais da criança, geralmente são proporcionadas pela família.
Nossa sociedade, caracterizada por situações de injustiça e desigualdade, criam famílias que lutam com mil e uma dificuldades para sobreviver. Esses problemas atingem as crianças, que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender.
Alguns dos principais fatores etiológicos -sociais que interferem na aprendizagem são :
• Carências afetivas;
• Deficientes condições habitacionais, sanitárias, de higiene e de nutrição;
• Pobreza da estimulação precoce;
• Privações lúdicas, psicomotoras, simbólicas e cultural;
• Ambientes repressivos;
• Nível elevado de ansiedade;
• Relações interfamiliares;
• Hospitalismo;
• Métodos de ensino impróprios e inadequados.
Para Smith & Strick (p.31, 2001) um ambiente estimulante e encorajador em casa produz estudantes adaptáveis e muito dispostos a aprender, mesmo entre crianças cuja saúde ou inteligência foi comprometida de alguma maneira.
Inúmeras pesquisas apontam que o maior índice que interfere no processo de aprendizagem, ocorre com crianças pobres. Em tais pesquisas, as explicações apontadas para o problema deste fracasso escolar dizem respeito à condição econômica da família.
Ainda pode-se evidenciar entre alguns professores a associação da imagem do mau aluno na criança carente. Não é lícito estabelecer uma regra geral e inflexível atribuindo a todos os casos de problemas de aprendizagem um mesmo diagnóstico ou um enfoque generalizador.
Segundo Paín (p.33, 1985) o fator ambiental é, especialmente determinante no diagnóstico do problema de aprendizagem, na medida em que nos permite compreender sua coincidência com a ideologia e os valores vigentes no grupo.
Por isso, cada caso deve ser avaliado particularmente, incluindo na avaliação o entorno familiar e escolar. Se os problemas de aprendizagem, estão presentes no ambiente escolar e ausentes nos outros lugares, o problema deve estar no ambiente de aprendizado. Às vezes, a própria escola, com todas as suas fontes de tensão e ansiedade, pode estar agravando ou causando as dificuldades na aprendizagem.
Quanto à estrutura familiar, nem todos os alunos pertencem a famílias, com recursos suficientes para uma vida digna. Normalmente, verificam-se situações diversas: os pais estão separados e o aluno vive com um deles; o aluno é órfão; o aluno vive num lar desunido; o aluno vive com algum parente; etc. Muitas vezes, essas situações trazem obstáculos à aprendizagem, não oferecem à criança um mínimo de recursos materiais, de carinho, compreensão, amor.
Alguns tipos de educação familiar muito comum em nossa sociedade são bastante inadequados e trazem conseqüências negativasparaa aprendizagem. Os pais podem influenciar a aprendizagem de seus filhos através de atitudes e valores que passam a eles.
Classificam os pais nas seguintes categorias:
—pais autoritários- manifestam altos níveis de controle, de exigências de amadurecimento, porém baixos níveis de comunicação e afeto explícito. Os filhos tendem a ser obedientes, ordeiros e pouco agressivos, porém tímidos e pouco persistentes no momento de perseguir metas; baixa auto-estima e dependência; filhos pouco alegres, mais coléricos, apreensivos, infelizes, facilmente irritáveis e vulneráveis às tensões, devido à falta de comunicação desses pais.
—pais permissivos- pouco controle e exigências de amadurecimento, mas muita comunicação e afeto; costumam consultar os filhos por ocasião de tomada de decisões que envolvem a família, porém não exigem dos filhos, responsabilidade e ordem; estes, tendem a ter problemas no controle de impulsos, dificuldade no momento de assumir responsabilidade; são imaturos, têm baixa auto-estima, porém são mais alegres e vivos que os de pais autoritários.
—pais democráticos - níveis altos tanto de comunicação e afeto, como de controle e exigência de amadurecimento; são pais afetuosos, reforçam com freqüência o comportamento da criança e tentam evitar o castigo; correspondem às solicitações de atenção da criança; esta tende a ter níveis altos de autocontrole e auto-estima, maior capacidade para enfrentar situações novas e persistência nas tarefas que iniciam; geralmente são interativos, independentes e carinhosos; costumam ser crianças com valores morais interiorizados (julgam os atos, não em função das conseqüências que advêm deles, mas sim, pelos propósitos que os inspiram).
Mussen (1970) interpreta essas conclusões em termos de aprendizagem e generalização social: os lares tolerantes e democráticos encorajam e recompensam a curiosidade, a exploração e a experimentação, as tentativas para lidar com novos problemas e a expressão de idéias e sentimentos. Uma vez aprendidas e fortalecidas em família, essas atividades se generalizam na escola.
A educação familiar adequada é feitacom amor, paciência e coerência, pois desenvolve nos filhos autoconfiança e espontaneidade, que favorecem a disposição para aprender.
Paín (p. 33, 1985) destaca que embora o fator ambiental incida mais sobre os problemas escolares do que sobre os problemas de aprendizagem propriamente ditos, esta variável pesa muito sobre a possibilidade do sujeito compensar ou descompensar o quadro.
Dentro da escola existem, entre outros, quatro fatores que podem afetar a aprendizagem: o professor, a relação entre os alunos, os métodos de ensino e o ambiente escolar.
O autoritarismo e a inimizade geram antipatia por parte dos alunos. A antipatia em relação ao professor faz com que os alunos associem a matéria ao professor e reajam negativamente ambos.
A relação entre os alunos será influenciada pela relação que o professor estabelece com os alunos: um professor dominador e autoritário estimula os alunos a assumirem comportamentos de dominação e autoritarismo em relação a seus colegas. Para aprender, o aluno precisa de um ambiente de confiança, respeito e colaboração com os colegas.
Os métodos de ensino também podem prejudicar a aprendizagem. Se o professor for autoritário e dominador, não permitirá que os alunosse manifestem, participem, aprendam por si mesmos. Esse tipo de professor considera-se dono do saber e procurará transmitir esse saber aos alunos, que deverão permanecer passivos, receber o que o professor lhes dá e devolver na prova.
O ambiente escolar também exerce muita influência na aprendizagem, o tipo de sala de aula, a disposição das carteiras e a posição dos alunos, por exemplo, são aspectos importantes. Uma sala mal iluminada e sem ventilação, em que os alunos permanecem sempre sentados na mesma posição, cada um olhando as costas do que está na frente, certamente é um ambiente que pode favorecer a submissão, a passividade e a dependência, e não favorece o trabalho livre e criativo.
Outro aspecto a considerar, em relação ao ambiente escolar, refere-se ao material de trabalho colocado à disposição dos alunos.
É evidente que com salas abarrotadas de alunoso trabalho se torna mais difícil. O número de alunos deve possibilitar ao professor um atendimento individual, baseado num conhecimento de todos eles.
A administração da escola _ diretor e outros funcionários_ também pode influenciar de forma negativa ou positiva a aprendizagem. Se os alunos forem respeitados, valorizados e merecerem atenção por parte da administração, a influência será positiva. Se, ao contrário, predominar a prepotência, o descaso e o desrespeito, a influência será negativa.
De acordo com Paín (p.33, 1985) o problema de aprendizagem que se apresenta em cada caso, terá um significado diferente porque é diferente a norma contra a qual atenta e a expectativa que desqualifica.
Tanto os pais como os professores devem estar atentos quanto o processo de aprendizagem, tentando descobrir novas estratégias, novos recursos que levem a criança ao aprendizado.
Percebe-se que se os pais souberem do poder e da força dos seus contatos com seu filho, se forem orientados sobre a importância da estimulação precoce e das relações saudáveis em família, os distúrbios de aprendizagem poderão ser minimizados.
Considera-se fundamental importância para o desenvolvimento posterior dacriança e para sua aprendizagem escolar, os sentimentos que os pais nutrem por ela durante os anos anteriores à escola.
É sobretudo, à família, às suas características culturais ou situação econômica, que predominantemente se atribuià responsabilidade pela presença ou ausência das pré-condições de aprendizagem na criança.
No âmbito escolar, certas qualidades do professor, como paciência, dedicação, vontade de ajudar e atitude democrática, facilitam a aprendizagem. Ao contrário, o autoritarismo, a inimizade e o desinteresse podem levar o aluno a desinteressar-se e não aprender.
Além disso, métodos didáticos que possibilitam a livre participação do aluno, a discussão e a troca de idéias com os colegas e a elaboração pessoal do conhecimento das diversas matérias, contribuem de forma decisiva para a aprendizagem e desenvolvimento da personalidade dos educandos.
É importante que o professor e o futuro professor pense sobre sua grande responsabilidade, principalmente em relação aos alunos dos primeiros anos, sobre os quais,a influência do professor é maior.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PAÍN, Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
PILETTI,Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo: Ática,1999.
SMITH & STRICK. Dificuldades de Aprendizagem de A a Z . São Paulo: Artes Médicas, 2001.

Desenvolvendo a Coordenação Motor
De modo geral, o desempenho de movimentos locomotores fundamentais, como andar, correr, saltar entre outros, deveria ser suficientemente flexível de modo que pudessem ser alterados à medida que as necessidades do ambiente o exigissem, sem prejuízo do objetivo o ato. A criança deveria ser capaz de: (1) usar qualquer movimento, de certo repertório de movimentos, para alcançar o objetivo; (2)mudar de um tipo de movimento para outro, quando habituação assim exigisse; (3)ajustar cada movimento a pequenas alterações na estimulação ambiental (GALLAHUE & OZMUZ, 2001).
Com relação às habilidades motoras fundamentais, para Gallahue e Ozmuz (2001), a maioria das crianças possui um potencial de desenvolvimento que as conduz ao estágio maduro por volta da idade de 6 anos.
Os fatores de controle motor (equilíbrio e coordenação) são de particular importância no início da infância, quando a criança está obtendo controle de suas habilidades motoras fundamentais. Os fatores de produção de força tornam-se mais importantes depois que a criança obtém controle de seus movimentos fundamentais e passa para a fase motora especializada da infância posterior (GALLAHUE & OZMUZ, 2001).

Para a execução de habilidades motoras cíclicas, como o pular corda ou tarefas de coordenação bi manual com toques repetitivos (Ex. Tarefa de FITTS, 1954), a coordenação requer que a criança desempenhe movimentos específicos, em série, rápida e de modo preciso.Os ritmos motores são manifestações voluntárias, que podem ser vistas em diversas tarefas que envolvam coordenação uni manual, bimanual ou intermembros, como por exemplo na dança atividades de acompanhamento musical. A tarefa rítmica requer do executante uma representação interna do padrão temporal do evento percebido (PARKER, 1992).
A percepção espacial é um componente básico do desenvolvimento perceptivo motor e pode ser dividido em duas subcategorias: 1) conhecimento de quanto espaço o corpo ocupa e (2) a habilidade de projetar o corpo efetivamente no espaço externo. Enquanto isto, apercepção temporal relaciona-se à aquisição de uma estrutura temporal adequada, sendo despertada e refinada ao mesmo tempo em que se desenvolve o mundo espacial da criança. Apercepção temporal vincula-se intimamente interação coordenada de vários sistemas musculares a muitas modalidades sensoriais. Os termos “coordenação-manual” e “coordenação entre olhos e pés” refletem a inter-relação desses processos. Neste sentido, GALLAHUE e OZMUZ (2001) afirmam que um indivíduo com dimensão temporal bem definida é um indivíduo coordenado.

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A organização temporal relativa é a distribuição temporal dos vários elementos que compõem uma determinada habilidade de modo que ampliando ou diminuindo o tempo total de duração da execução da habilidade implica em ampliar ou diminuir proporcionalmente a duração de cada um dos componentes desta habilidade. A organização temporal relativa é identificada como sendo a estrutura profunda de uma habilidade, estrutura que permanece invariante diante dos ajustes e adaptações necessárias frente a mudanças no ambiente (SCHMIDT & WRISBERG,2004). A aquisição de habilidades motoras passa necessariamente pelo aprendizado daorganização temporal relativa da habilidade sendo aprendida.



Referências Bibliográficas

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