domingo, 13 de junho de 2010

Aspectos Diferenciais da Aprendizagem Motora e Sócio-Afetivo nas Expressões Rítmicas na Dança do Hip-Hop.

Carlos Henrique do Carmo Leal 3º D Lic.
Cristiano de Vasconcelos 3º D Lic.
Flavio de Almeida Pinho 3º D Lic.
Gilmar Alves Almeida Santos 3ºD Bac.
Jamaycon Moreira do Santos 3º D Lic.

Resumo
Este presente estudo nos mostra a maneira em que duas crianças que nunca passaram por uma experiência de dança antes, se portam em novas aquisições de habilidades motoras através do ritmo do hip-hop e chegando a passar por uma situação onde serão submetidos a danças com mais um grupo de crianças de diversas idades. Essa nova aquisição pode ser importante para essas crianças pelo fato da aquisição de experiência onde posteriormente podem estar passando por algo parecido em suas escolas nas aulas de educação física, no qual nós futuros professores de educação física temos o dever de propor as crianças em nossas aulas dança e expressões rítmicas para um melhor desenvolvimento motor e sócio-afetivo.
Palavras Chaves – Desenvolvimento Motor; Expressões Rítmicas; Sócio-Afetivo.

Introdução
A dança e as expressões rítmicas vêm sofrendo maus tratos no campo da educação física assim como nos mostra os PCN’s (Pizzatto, 2009). No ano de 1994 um grupo de pesquisadores e professores foi mobilizado pelo ministério da educação e do desporto através da secretaria de ensino fundamental, inspirado no modelo educacional espanhol para que elaborassem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para que crianças do ensino fundamental e ensino médio pudessem ter uma ampla visão no que desrespeito a saúde, meio ambiente, ética, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo. A proposta da educação física é formar cidadãos capazes de entender que a educação física é responsável pela formação de alunos que sejam capazes de participar de atividades físicas corporais adotando atitudes de respeito, conhecer, valorizar e respeitar a pluralidade de manifestações da cultura corporal, reconhecer-se como integrante do meio ambiente e reivindicar, organizar e interferir no espaço de forma autônoma (Brasil, 1998). Com isso um grupo de alunos da Universidade Cidade de São Paulo da sala 309 noturno estará desenvolvendo uma pesquisa com duas crianças para mostrar o quanto a dança e as expressões rítmicas podem ser valiosas na formação de um cidadão e para seu melhor desenvolvimento motor, fazendo com que essas crianças passem a descobrir o quanto os movimentos são importantes para uma saúde estável e uma boa confiança passando por processos adaptativos.
“O programa de educação motora deve incluir abundância de encorajamento positivo para promover o estabelecimento de um auto-conceito saudável e reduzir o medo do fracasso” (Garcia- Gallahue & Ozmun, 2002).
Partindo da observação dos PCN’s, os profissionais da educação física são omissos e maus agradecidos, feito uma pesquisa por Pizzatto (2009) aplicado em 20 professores de 5º a 8º série do ensino fundamental de sete colégios estaduais do município de Toledo – (RS), foi constatado que a grande maioria afirma ter conhecimento do que consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais, mas apenas 10% desses professores aplicam em suas aulas de educação física o que sugere o PCN’s. Quando perguntado os motivos do porque não trabalhar com dança e expressões rítmicas em suas aulas, as respostas foram unânimes; falta de espaço e materiais adequados, além de haver uma baixa aceitação pelos alunos.
Uma proposta de nosso grupo também será observar a sociabilização entre as crianças observadas com outras crianças. Essa observação será de extrema importância para que possamos prosseguir de acordo com o que os PCN’s nos propõem para que as aulas de educação física sejam direcionadas a todos os alunos:
“A sistematização dos objetivos, conteúdos, processos de ensino e aprendizagem e avaliação tem como meta de inclusão do aluno na cultura corporal de movimentos, por meio da participação e reflexão concretas e afetivas. Busca-se reverter o quadro histórico de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as praticas corporais, resultante da valorização exacerbada do desempenho e da eficiência” (Brasil, 1998 p.19).



Procedimentos Metodológicos
Para esse trabalho final a idéia é usar 20 crianças para desenvolver uma dança do hip-hop, porém os procedimentos metodológicos será usado em apenas duas criança, um menino e uma menina ambos de 9 anos de idade. Foi realizado em primeiro instante testes com as duas crianças para sabermos se ambas haviam passado por experiências ou até mesmo realizado coreografias ou coisas do tipo, e constatamos que nunca haviam passado por algo parecido pela desenvoltura de ambas e o sentimento de vergonha e receio no inicio dos movimentos, não que isso não possa acontecer com quem já praticou, mas é uma maior característica de inexperiência. Colocaremos essas crianças para usufruir de movimentos da dança do hip-hop juntamente com outras 18 crianças para observarmos de que forma uma criança se porta diante de um publico estando em uma situação mais confortável ou um tanto quanto constrangedor.
Acreditamos que a escolha desse ritmo por se tratar de um ritmo muito envolvente com o corpo e o espaço, foi bem sucedida também por Clersilda Garcia - Gallahue & Ozmun (2001) afirmar que atividades que incorporam o uso de musica e de ritmos são agradáveis nesse nível e valiosas para melhorar as habilidades motoras fundamentais, a criatividade e a compreensão básica dos componentes da musica e do ritmo.
Deixaremos bem claro que a idéia é exatamente observar o comportamento sócio-afetivo, e o desenvolvimento motor usando o ritmo marcante do hip-hop e não passar uma coreografia marcada.
Objetivo
Estaremos desenvolvendo hip-hop para esse ultimo trabalho por uma questão da faixa etária, o hip-hop é uma dança em que se apropria de vários movimentos e a criança de segunda infância trás isso consigo. Fontanella (1985) afirma que a dança unifica o homem, mas que a educação vem separando. Com isso queremos ajudá-las a desenvolver seus movimentos da melhor forma possível porque segundo Oliveira (2001, p.96) as crianças necessitam de experiências que possibilitem o aprimoramento de sua criatividade, atividades que favoreçam as sensações de alegria para que ela possa retratar seu humor e temperamentos através da liberdade de movimentos, e conclui dizendo que dançar é a efetivação da corporeidade através de uma experiência transcendente, na qual se vivencia o processo de aprendizagem na educação.
Gallahue & Ozmun (2001) afirmam que as habilidades perceptivo-motora dessas crianças estão se desenvolvendo rapidamente, mas freqüentemente existe confusão na consciência corporal, direcional, temporal e espacial, e estaremos juntamente com essas crianças para que possamos está ajudando nesse desenvolvimento.
Resultados
Quando se trabalha no campo do desenvolvimento motor, um dos pontos é observar a progressão do avaliado (Schimidt & Wrisberg, 2001). Como dito anteriormente foi constatado o quanto as crianças havia passado por esse procedimento e chegou-se ao conceito que jamais haviam passado por algo parecido, com isso a progressão de ambos neste primeiro instante foi muito satisfatório pelo pouco tempo que pudemos trabalhar.
Dentro de 30 min. Ouve uma progressão de passes para o lado e passes para frente, tratando-se inicialmente de passes básicos. No entanto a menina conseguiu uma melhor progressão que o menino.
Depois desses primeiros testes, foram feitos outras 3 observações no mesmo dia em intervalos de 30 min. cada e a ultima observação foi feita 8 dias depois dos primeiros movimentos e o resultado foi muito satisfatório.
A seguir observaremos os acertos dos movimentos de passe para frente e para o lado do menino e da menina.
Para frente.




Para o lado.

Discussão
O programa motor é o conjunto de comandos motores que é pré-estrututado no nível executivo e que define os detalhes essenciais de uma ação habilidosa; análogo (semelhante) ao gerador central de padrão (Schmidt & wrisberg, 2001). A área tridimensional do córtex motor é dividida em regiões que são especificas para diferentes músculos do corpo. Quanto maior o numero de unidades motora dos músculos e quanto mais complexo for o controle neural para uma dada contração muscular, maior será a área do córtex destinada a esse músculo (Robergs & Roberts, 2002).
Para Gallahue e Ozmun (2001), a estabilidade é o aspecto mais fundamental do aprendizado de movimentar-se para que a criança obtenha e mantenha um ponto de partida para as explorações que fazem no espaço. Laban (1988) tornou possível a análise de formas da dança de acordo com os ritmos específicos que o corpo em movimento descrevia no espaço.
Para que um individuo venha a perceber uma estabilidade eficiente de seu corpo é necessário a habilidade de perceber mudanças na relação do corpo que altera seu equilíbrio, movimentos compensatórios devem assegurar a manutenção desse equilíbrio, porém deve ser lembrado que não podem ser usado em excesso Gallahue & Ozmun (2001).
Como Erikson (1980) pontua que essa é uma idade em que é o inicio da aprendizagem de novas habilidades motoras observamos nos aprendizes (as duas crianças) que através de um movimentos eles podem descobrir vários outros movimentos apropriando-se desse ponto de equilíbrio utilizado para um determinado movimento. As atividades são maximizadas nessa época da vida, quando crianças dirigem suas energias para dominar as novas habilidades físicas e cognitivas do seu mundo em rápida expansão, Erikson(1980) acredita que nesse período a criança deve ser incentivada a dar sua opinião para que ela obtenha o sentimento de que é capaz para que não desenvolvam o sentimento de incompetência e de fracasso onde seria ruim por está em um estágio de sua vida onde se prepara para romper a vida familiar habitual.
Considerações Finais
Ao término deste trabalho, foi constatado que a menina na qual foi submetida a observações de seu desenvolvimento motor e sócio-afetivo obteve um melhor desempenho que o menino tratando-se do desenvolvimento motor, acredita-se que isso pode ter ocorrido pelo fato de uma melhor assimilação da menina com o ritmo musical, onde ambos ainda não haviam passado por uma experiência dessas porém a menina tinha um contato maior com o ritmo musical. Por outro lado tratando-se de sociabilização, o menino conseguiu ter um desempenho melhor que a menina, onde ficou bem claro que seus passos fluíram bem mais na parte grupal que no “individual”.











Referencias Bibliográficas
GALLAHUE, David L. & OZMUN, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor, São Paulo: Phorte, 2001.
PIZZATTO, Cleide. As atividades ritmicas e expressivas como conteúdo nas aulas de Educação Física, 2009.
SCHIMIDT, Richard A. & WRISBERG, Craig A. Aprendizagem e Performance Motora, Porto Alegre: Artmed, 2001.
ERIKSON, Erik. (1980) Identity and the life cycle. New York: W.W. Norton. GALLAHUE, David L. & OZMUN, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor, São Paulo: Phorte, 2002.
ROBERGS, Roberts A. & ROBERTS, Scott O. Princípios Fundamentais de Fisiologia do exercício para Aptidão, Desempenho e Saúde, São Paulo: Phorte, 2002.
BRASIL, Ministério de Educação e Desporto. Parametros Curriculares Nacionais: Terceiro e quarto ciclo: Educação Física/Secretaria de Ensino Fundamental. Brasilia: MEC/SEF, 1998,b DARIDO, S. C.; RANGEL-BETTI, I. C.; RAMOS, G. N. S.; GALVÃO, Z.; FERREIRA, L. A.; MOTA E SILVA, E. V.; RODRIGUES, L. H.; SANCHES NETO, L.; PONTES, G.; CUNHA, F. A educação física, a formação do cidadão e os parâmetros curriculares nacionais. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.15, n.1, p17-32, 2001.
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OLIVEIRA, V. M. de. O que é educação física. São Paulo: Brasiliense, 2001. FERNANDES, Marcela de Melo. Dança Escolar: sua contribuição no processo ensino-aprendizagem, efdeportes, Buenos Aires – Año 14 – Nº135 – Agosto de 2009.
FONTANELLA, F.C. O corpo no limiar da subjetividade. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação da Unicamp. Campinas, 1985. FERNANDES, Marcela de Melo. Dança Escolar: sua contribuição no processo ensino-aprendizagem, efdeportes, Buenos Aires – Año 14 – Nº135 – Agosto de 2009.
FERNANDES, Marcela de Melo. Dança Escolar: sua contribuição no processo ensino-aprendizagem, efdeportes, Buenos Aires – Año 14 – Nº135 – Agosto de 2009.

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