sexta-feira, 4 de junho de 2010

chula


É um motivo campestre de dança somente masculina (principal característica das danças birivas) na qual os dançarinos se confrontavam, cada qual desejando mostrar suas habilidades coreográficas através de gestuais movimentos e sapateadas, de um e de outro lado de uma haste de madeira, posta devidamente no chão.
A haste, no chão, nunca teve historicamente a obrigatoriedade de ser “uma lança”. A dança não está diretamente ligada a uma idéia revolucionária ou guerreira. Quanto a sua origem, a chula nunca foi utilizada em disputas, ainda mais por prendas como muitos erradamente acreditam. Aonde em uma liberdade figurativa teatral, de degradação, chegaria uma prenda se esta condicionasse no genuíno meio campeiro a disputa de seus amores ao vencedor de uma chula...?

A chula, bailado, é uma dança disputa, sepre entre homens que ainda resiste no Rio Grande do Sul. A disputa entre os dos dançarinos, colocados nos extremos de uma grande vara, quatro metros ou mais, começa com um dos participantes executando uma coreografia agitada, muito rápida, de psassos quase frenéticos, com movimentos semi-acrobáticos, toda sapateada e taconeada, único som essencial que marca o compasso.
O ruído das grandes rosetas, nas esporas, completa o som. N sua vez, o outro participante terá que repetir todos os passos do primeiro e, naturalmente, acrescentará a sua coreografia, cada vez mais difícil e rebuscada. Perderá a chula o dançarino que não conseguir reproduzir os elaborados e frenéticos passos do seu oponente.
A chula cantada é praticada mais no Nordeste, acompanhada de violão, nada tendo dos movimentos da sua irmão do Sul. Pelo contrário, é melodicamente buliçosa, profana e maliciosa.
É controversa e confusa sua origem, sendo certo que a sua estrutura, os pés batendo sempre, originou-se do bailado da pisa das uvas ao lagar. A forma cantada vem dos grupos de cantadores de Natal e principalmente da folia de Reis.

A chula é uma dança e gênero musical do Recôncavo Baiano, especialmente na cidade de Santo Amaro da Purificação e cercanias. O ritmo é parte da cultura afro-brasileira.

Nas festas populares a dança é bastante apreciada e envolve os observadores com seus passos curtos e movimentos cíclicos. É uma vertente do samba de roda: da língua kibundo (Angola) veio do termo "semba" declinando para samba.

Os cantores e compositores Jorge Portugal e Roberto Mendes, parceiros nos Festivais de Músicas da MPB nos anos 80 da Rede Globo de Televisão e Raimundo Sodré, dentre outros, são os maiores divulgadores da cultura rítmica santoamarense. A canção "A Massa" composta por Sodré e Portugal, cantada por Sodré, conquistou o público brasileiro e internacional.

O movimento rítmico da música e dança podem ser desenhados por qualquer pessoa que tenha visto de perto ou através de imagens fotográfica e televisiva. É necessário apenas escutar a música para resgatar na memória uma imagem registrada dessa manifestação popular.

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